Este sítio disponibiliza uma seleção de fontes europeias, em língua original com tradução para o português, referentes às práticas religiosas desenvolvidas na Costa da Mina, entre 1600 e 1730, um dos períodos de maior intensidade no tráfico atlântico de escravos. O projeto pretende contribuir para a democratização de documentos de difícil acesso e estimular a pesquisa sobre a história da África, no Brasil e alhures.
As informações, textuais e visuais, podem ser acessadas clicando nas abas FONTES DOCUMENTAIS ou PALAVRAS-CHAVE. Para cada obra foi selecionada uma série de TRECHOS, cada um deles, por sua vez, associado a várias palavras-chave. As ferramentas de busca permitem, assim, listar todos os trechos relativos a um determinado tema, segundo uma ordem cronológica ou de acordo com os critérios escolhidos pelo usuário. Os trechos na língua original e informações adicionais sobre as obras e os autores podem ser igualmente acessados.
A Costa da Mina designava o litoral da África Ocidental que se estendia a leste do Castelo de São Jorge da Mina, na atual Gana, incluindo as antigas Costa do Ouro e Costa dos Escravos. A Costa do Ouro se estendia do Cabo Três Pontas até o Rio Volta, e a Costa dos Escravos, do Rio Volta até o Rio Lagos, embora alguns autores pudessem estabelecer outros limites geográficos (ver MAPAS).
Grande parte da documentação aqui apresentada corresponde à Costa dos Escravos, onde os europeus começaram a comerciar em meados do século XVII. No entanto, incluímos também fontes relativas à Costa do Ouro, pois esses escritos influenciaram, de forma decisiva, as concepções europeias sobre a religião africana, geralmente associadas ao discurso do "fetiche". Uma crítica sobre o eurocentrismo dos relatos de viagem e outras fontes européias produzidas na Costa da Mina, assim como análises interpretativas sobre aspectos substantivos desse material, estão disponíveis em TEXTOS.
A noção de “práticas religiosas” aqui proposta é bastante abrangente e não pretende estabelecer limites muito rígidos. Ela inclui, além de oferendas e sacrifícios às divindades, atividades de cura, adivinhação, rituais funerários, juramentos e outros comportamentos significativos. Nesse sentido, o sítio inclui também informações sobre gestualidade corporal e elementos relevantes da cultura material. Finalmente, a seleção de fontes não se limita às práticas religiosas autóctones, mas abrange os “encontros religiosos” com o cristianismo e o islã.